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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Respeitem o Cauby!


Esses dias um indivíduo publicou na Folha de São Paulo que o Cauby Peixoto era a Lady Gaga brasileira. Ah, não! Não mesmo!!! Onde já se viu, comparar um ícone da nossa cultura com a Lady Gaga?
Tudo bem, Cauby tem figurino e penteado exuberantes, mas é um artista de primeiríssima linha, se destacou por seu talento não por escândalos, extremamente disciplinado quanto à sua voz e suas apresentações, nunca se atrasa e trata os fãs com extremo respeito e consideração, fãs que inclusive mantém há 60 anos.
Já a Sra. Gaga..  bem, ela precisa colocar coisas no corpo e se vestir com carne crua e duvido que daqui 60 anos alguém se lembre dela...
Ainda que chamassem a Sra. Gaga de Cauby estadunidense, tudo bem, é até possível conceder uma licença poética, afinal de contas, a moça é a exuberância acrescida dos vícios da modernidade, mas, duvido que sra. Gaga fosse capaz de interpretar bastidores com tanta verdade e elegância.

domingo, 25 de setembro de 2011

Salão de beleza

Esses dias eu li um post da Carolis sobre salão de beleza. Eu sempre tive problemas em chegar em lugares cheios de gente que eu não conheço, na verdade, eu tenho problemas até com os cheios de gente que eu conheço. Restaurantes e salões de beleza são desses lugares que eu só vou em último caso e sozinha então...
Quando eu morava em São Bernardo, eu comecei a frequentar o salão da Seiko, depois minha manicure abriu seu próprio salão e eu passei a frequentá-lo. Sempre fui muito bem tratada, ficava lá o mínimo possível e vinha embora.
O cabelo eu fazia com a Nice, minha colega de sala na faculdade, aí era beeem legal, porque eu ia no horário de pouco movimento e colocávamos nossos assuntos em dia.
Aí, eu mudei para Santo André, uma mudança meio relâmpago, eu sempre ia a São Bernardo só para fazer as unhas e arrumar o cabelo, mas isso começou a não dar muito certo e um dia eu resolvi tentar um salão aqui perto de casa.
Na ocasião eu trabalhava só de manhã e tinha a tarde livre, então, resolvi tentar o novo salão, limpinho, sem escada e pertinho de casa. Quando cheguei lá estava vazio, fui muito bem atendida pela dona, a Cássia. Desde então, tornei-me freguesa.
Na semana seguinte, quando eu voltei quem fez a minha mão foi a manicure, a Shirley, nossa, adorava o trabalho dela, ela sempre tinha o meu esmalte escolhido. Depois fui acostumando a fazer o meu cabelo com a Cássia e com a Fran.
Enfim, aquele é um salão diferente, não rola fofoca, pelo menos não na presença dos clientes. As profissionais que lá trabalham fazem questão de acolher todos os clientes que chegam, não tem as fofocas do salão que a Carolis frequenta, tanto que até a mãe do prefeito da cidade vai lá. Os assuntos são sempre leves, saudáveis e dá até gosto de frequentar e socializar...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Amor X Vergonha Alheia

Bem, eu não falo mais de amor, porém, a bizarrice está liberada, então, vamos lá.

Eu tive um amor (na verdade eu tive muitos, mas aquele era O amor). Esse amor foi meio que a primeira vista, eu tinha dezoito aninhos, uma graça, bati os olhos nele e vi o homem da minha vida. Deste dia em diante todos os meus esforços foram para conquistá-lo. 
Nos víamos semanalmente nos shows do shopping Metrópole, até que um belo dia veio o convite para o que seria um encontro romântico (ou nem tanto, por que a prima dele estava junto) Aí, estava sendo tudo lindo, sentamos frente a frente, ele segurou as minhas mãos, olhou nos meus olhos profundamente várias vezes até que de repente, abre a pista de dança.
Era o auge do axé, É o tchan, Tchacabum, Gangue do samba, todas essas pérolas do cancioneiro popular causando grande furor nas moças e rapazes mais animados. E em meio a essa efusividade o DJ solta a obra que vocês ouvirão no vídeo. O moço, animadíssimo, nem lembrou da minha existência, partiu para a pista como um tresloucado, dançando exatamente como se vê no vídeo. As pessoas faziam rodinha em torno dele e eu só não liguei para o meu pai me buscar senão eu teria de explicar a situação que demorou doze anos para ser digerida.
Detalhe, eu que acreditava amá-lo, a despeito de toda a vergonha alheira, permaneci anos a fio com o objetivo de conquistá-lo....

A morte da morte

Esses dias eu vi um apresentador de televisão dizendo que um assassino cruel merecia a morte. Também ouvi alguém dizendo que esse deveria ser o destino da vilã da novela das oito.
Ora, que coisa mais incoerente, essa. A morte não é merecimento ou castigo para ninguém, é a realidade que mais cedo ou mais tarde nos tomará como tomará a todos os seres vivos.
É muito sofrido perder alguém que a gente ama seja pessoa ou bicho, a saudade, a falta, a certeza do nunca mais, tudo isso já é demasiado insuperável e quando se trata a morte como uma punição ou mérito, além de todas as dores da perda vem também a dor da injustiça, porque ninguém que nós amamos merece morrer ou fez nada para que fosse castigado com a morte, considerando tantos facínoras por aí, vivinhos da silva.
Quando se percebe a morte como um fato da vida, assim como nascer, as dores da perda não diminuem nenhum pouquinho, mas a dor da injustiça não vem pesar mais. Por isso, bandidos e vilões de novel merecem a cadeia, porque morrer, mais cedo ou mais tarde, assim como as pessoas de bom caráter, as plantas, os animais e todos os seres viventes, eles vão assim como eu e você.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ah, se eu pego o Pequeno Príncipe...

     Um dia eu ainda  encontro O Pequeno Príncipe, pego ele pelas orelhas e digo: Fica esperto, aquela rosa não passa de uma manipuladora, a raposa é uma chantagista barata e o aviador é um maluco com intensões extremamente duvidosas. Como ele é apenas um menino, eu vou jogá-lo numa obra do Jorge Amado para ele aprender a viver.
     Também quero encontrar o aviador e dizer: Acorda camarada! O seu desenho é uma porcaria e ninguém é obrigado a entendê-lo, não é por isso que o seu mundo vai acabar e que você tem que ficar de mimimi. Olha como os meninos de verdade, os pobres, feios e famintos dos países subdesenvolvidos reagem quando não entendem os desenhos deles:  




Eu gosto de esperar!


      Claro que eu não gosto de fila, não gosto de esperar em pé, de baixo de sol quente, mas esperar sentada numa cadeira fofinha, de preferência, numa sala quietinha eu gosto sim.
     Eu sou muito pontual, metódica, até um pouco neurótica com esse negócio de horário, raramente me atraso e quando isso acontece, eu não gosto nadinha, fico muito sem jeito, mas não ligo se os outros se atrasam, principalmente médicos dentistas e afins, por isso, sempre marco esses compromissos com certa folga de tempo em relação aos demais.
     Eu tenho um modo muito particular em lidar com as esperas, em vez de ficar nervosa, eu aproveito para ler, me atualizar das notícias, checar meus e-mails e acompanhar as redes sociais, tudo isso ouvindo uma musiquinha. Não raro, o que me irrita é quando minha espera é interrompida e eu preciso deixar o maravilhoso mundo da paciência e voltar para a agitação do cotidiano, um dia eu ainda peço para que o profissional deixe que eu fique mais um pouquinho na espera...


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Huáscar Barradas

Pensa num camarada que vendeu 1.000.000 de cópias na Venezuela e ganhou uma porção de prêmios internacionais importantes.
Agora, pensa que esse camarada não é um galã que canta pop latino. Ele é um flautista que  recebeu uma crítica pública e expontânea de Simon Rattle regente da Orquestra Filarmônica de Berlim.
Criativo, espirituoso, com muito ritmo e coragem para experimentar numa cena onde se dá preferência por regravações Huáscar Barradas com seu nome inca e todo o seu talento me faz gostar ainda mais da cultura latina. 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pensando com LuMarotti: Mario Benedetti

Pensando com LuMarotti: Mario Benedetti

Mario Benedetti

E um dia Mario Benedetti disse a mim e a quem quisesse ler:

Táctica y estrategia

Mi táctica es
mirarte
aprender como sos
quererte como sos

mi táctica es
hablarte
y escucharte
construir con palabras
un puente indestructible

mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
pero quedarme en vos

mi táctica es
ser franco
y saber que sos franca
y que no nos vendamos
simulacros
para que entre los dos
no haya telón
ni abismos

mi estrategia es
en cambio
más profunda y más
simple
mi estrategia es
que un día cualquiera
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
por fin me necesites.

E depois de lê-lo, ouvindo todinho eu sempre concordei, só tenho dúvida em saber se ao aplicá-la ele foi bem sucedido...