Tenho decido que jamais terei um
bebê meu por incontáveis razões que não cabem aqui enumerar, mas todos os bebês
do mundo são um pouquinho meus e os das minhas amigas um pouquinho mais, das
amigas mais próximas mais ainda e os das irmãs então, nem se fale.
E a Gabi? Ah, a Gabi é a filha da
Aline e do Alan, desses amigos que a gente não faz, mas reconhece vida a fora.
Essa semana tivemos o prazer de receber a ilustre visita da família aqui em
casa, nem preciso dizer que eu me derreti de brincar com a Gabi, minha mãe
então, desenhou na batata com caneta bic, fez um chocalho com feijão e um
potinho vazio e, por dias ficamos comentando dela com a meia dos Monstros, três
passinhos, uma olhada para o pé, um sorrisinho maroto e: “disenhu”.
Hoje recebemos a notícia de que o
meu nonno não está nada bem de saúde, há dias seus rins não funcionam e sua
creatinina está bastante alta, o que faz com que ele perca a noção das coisas e
entre em delírio. Ele tem 90 anos, está com a saúde bem frágil de um modo geral
e nós sabemos que, pela lógica o tempo dele está terminando. Minha mãe é a
pessoa mais calma e equilibrada que eu conheço, qualquer outra no lugar dela
estaria fazendo aquele escândalo, mas, ela age naturalmente, porém, eu sei que
ela está triste e, pior, não há nada que eu possa fazer.
Há pouco minha mãe falou
rapidamente com minha tia que está cuidando do meu nonno lá no interior, a
conversa foi interrompida pela chegada do médico, minha mãe me devolveu o celular
e voltou aos seus afazeres, assim, com os olhos caídos.
Passados uns 10 minutos, minha mãe
me chamou, fui até a cozinha e lá estava o pote de arroz em cima da mesa,
(minha mãe está ficando com mania de velho, recortou o Tio Joao da embalagem do
arroz e colou no pote). Perguntei o que ela queria e ela me disse: “Você não
vai acreditar, como a Gabi é inteligente! Eu fui pegar o feijão para fazer o
chocalho para ela, ela viu o pote de arroz apontou e falou “disenhu”, o pai
dela até veio olhar, por que ela ficou abaixadinha falando “disenhu”, aí, eu
peguei o pote e coloquei em cima da mesa para ela ver o desenho e, você
acredita que ela me pediu colo para por a mão no Tio João?”
Eu: E, você nem me chamou para
ver?
Minha mãe: Ah, você e a Aline
estavam conversando...
Eu vi que a expressão da minha
mãe mudou, como se a partida eminente do meu nonno fosse uma etapa da vida que se inicia cheia de esperanças e sonhos em cada um desses pequenos e, aproveitando a deixa, chamei minha mãe para ver o vídeo do
Gustavo, meu amigo intrauterino, filho da Maria, um careca charmosíssimo
fazendo pose para a foto e a Anne da Tamis, sentada na sala de espera com uma
toquinha de cup cake. Minha mãe vendo a caixa com as meinhas das meninas disse: enquanto o feijão cozinha, dá a meinha da Ágatha (da Lili) para eu embrulhar, bom que você escolheu essa para ela, por que não vai apertar o pezinho gordo dela e mesmo que não sirva já, a mãe pode guardar um pouquinho, logo vai servir. Vai ser como o macacão de baseball do Thomaz (da Claudinha), quando você der para ela, ela vai achar enorme, mas logo ele vai perder.
E assim a vida segue...
P.S.: Queria muito a foto desses lindos e do Guilherme da Jéssica ilustrando o post, mas não consegui falar com as mães antes da publicação... Imaginem, caros leitores os bebês mais fofos e gostosos do mundo.
E assim a vida segue...
P.S.: Queria muito a foto desses lindos e do Guilherme da Jéssica ilustrando o post, mas não consegui falar com as mães antes da publicação... Imaginem, caros leitores os bebês mais fofos e gostosos do mundo.