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domingo, 30 de janeiro de 2011

Devaneios dominicais

Quando eu era criança eu amava os domingos que sempre começavam bem com um passeio com o meu pai pela manhã. Às vezes nós íamos à Cidade da Criança, outras íamos tomar caldo de cana na Praça Lauro Gomes, mas antes nós passávamos no mercadinho e comprávamos milho para dar aos pombos que ficavam por lá. Outras vezes nós íamo à Feira do Verde no Riacho Grande, ou ainda ao Parque do Estoril.
Sempre tinha um programa diferente no domingo pela manhã, isso, é claro, depois da minha mãe ter vindo da feira e ter trazido um pão de queijo gigante da padaria do Sr. Luís, ou então cozinhar ovos molinhos para nós. Também o café da manhã aos domingos era especial.
Nos dias de chuva e frio, meu pai e eu assistíamos ao Som Brasil apresentado pelo Lima Duarte.
Algumas vezes, nós almoçávamos em casa, outras almoçávamos fora, mas o almoço do domingo era sempre o melhor almoço do mundo.
A tarde, o domingo nos convidava para uma soneca sagrada depois ou durante o filme (dependendo, obviamente da qualidade dele).
Como tudo tem um fim, o domingo também tinha, mas este era marcado pelos Trapalhões e pelo Show de Calouros do Sílvio Santos.
Hoje os domingos não tem mais tanta graça,  geralmente eu estou trabalhando e, por falar em Trapalhões - domingo - trabalho - eu não podia deixar de postar. Em especial à minha querida amiga Camila Santinon.


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Chiste!

Em se tratando de gente, defeitos são características que incomodam o indivíduo que as possuem ou aos outros, atrapalhando de alguma forma a convivência social harmônica e feliz.
Dentre os muitos defeitos que tenho, o que mais me atrapalha é o fato de eu ser uma chistosa inveterada, daquelas que perdem o amigo, o namorado, o colega de trabalho, os parentes, mas não perdem o chiste.
Ultimamente eu tenho conseguido me controlar, quase sempre eu consigo manter a piada presa no meu pensamento. Não a externalizo, mas às vezes não dá e, quando eu vi, eu já falei. Por essa razão, de uns tempos para cá, eu encontrei uma solução muito mais simples do que quase explodir com uma piadinha presa na garganta: tenho procurado conviver com iguais e tem sido muito melhor.
Mas, esse meu gênio chistoso continua me intrigando, principalmente após ter lido um texto do linguista Sírio Possenti em que ele afirma, à luz de Freud que "os chistes são formas de expressão do inconsciente (assim como so sonhos)", o autor continua " [os chistes] São a expressão do inconsciente porque substituem ações que só não levamos a cabo porque somos 'civilizados' - vale dizer, recalcamos certos desejos."
Bem, até antes do texto do Sírio Possenti eu desconhecia o interesse de Freud pelos chistes, agora eu me interessei pelo interesse de Freud e estou lendo "Os chistes e sua relação com o inconsciente." Quem sabe Freud também não passava de um grande chistoso...

P.S.: Artigo do Sírio Possenti http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4912918-EI8425,00.html
P.S.2: Link da versão e-book do livro do Freud:   http://www.cipedya.com/doc/101731

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Buena Vista

Um dia um guitarrista estadunidense chamado Ry Cooder acordou e disse: vou para Cuba encontrar música boa porque aqui está difícil. Ry pegou seu filho, combinou com uns contatos e partiu para Cuba resgatando os grandes nomes da música dos anos 40 e 50 que estavam perdidos pela ilha. Com muito esforço, uma romizeta e um poderoso aparato de marketing Ry juntou todos eles e os trouxe para os holofotes mundiais com o nome de Buena Vista Social Club.




Como pode se ver, a maioria dos integrantes do grupo são homens, mas duas mulheres se destacaram, Teresa García Caturla e a mais bela voz feminina em atividade Omara Portuondo. No vídeo abaixo, as moças dividem o vocal de Killing me soflty.





Infelizmente, muitos dos integrantes originais do Buena Vista já morreram, mas o grupo continua em atividade, inclusive estiveram recentemente no Brasil.









quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Rica como Salvador Arena!

Independentemente do dinheiro que eu não tenho hoje ou do dinheiro que eu possa vir a ter um dia, acredito que pessoas valem mais do que as coisas. Na minha concepção são as pessoas que determinam o valor das coisas e não o contrário.
Quando eu for rica, serei como o Salvador Arena. Investirei o meu dinheiro na produção e valorizarei o meu capital humano. Tratarei os meus empregados com respeito e igualdade de direitos entre homens e mulheres, remunerando-os de forma justa e não somente como manda a lei. Aplicarei no chão da minha fábrica técnicas avançadas de gestão que valorizem o ser humano e faça com que ele tenha orgulho de trabalhar, vontade de prosperar e apoio irrestrito para isso.
Eu vou conhecer o chão da minha fábrica, ouvirei com atenção o que os meus empregados da base da pirâmide têm a dizer. Almoçarei todos os dias com eles, a mesma comida e no mesmo refeitório e não admitirei desperdícios de material, comida ou tempo.
Os meus funcionários de tão satisfeitos produzirão bem e, mesmo remunerando-os de forma justa, acima do que manda o mercado, eu ficarei mais rica, porque terei comigo os melhores e mais comprometidos profissionais. Mas, se a sorte e a economia mundial me abandonarem, eu não abandonarei os meus funcionários, preferirei diminuir a minha margem de lucros, porque eu sabereir, assim como Salvador Arena soube, que é assim que se faz um país próspero.
Em estando muito mais rica, obviamente que eu gastarei um pouco do meu dinheiro com objetos caros, principalmente tecnológicos. Mas, em sendo eu muito simples e acreditando que as pessoas valem mais do que as coisas e que as pessoas determinam as coisas, eu não gastarei todo o meu dinheiro com coisas caras.
Eu vou investir em gente, assim como o Salvador Arena, eu vou construir uma escola e um Centro Universitário e Tecnológico que servirão de referência para todo o país, ou melhor, para o mundo todo.
Na minha instituição de ensino, assim como na do Salvador Arena, além dos filhos dos meus funcionários, qualquer criança ou jovem independentemente do salário dos pais poderá ser matriculado. Mas, como o ensino de qualidade no país é muito falho, a demanda será maior que a oferta, então, para continuar sendo justa, o critério de seleção será o sorteio pela loteria federal, como é no Colégio da Termomecânica.
E quando eu morrer, provavelmente não serei lembrada como exemplo de glamour pelas roupas de grife, as jóias ou as coisas caras que determinavam o meu estilo copiado pelas mulheres e desejado pelos homens. Mas, os meus empregados e as crianças que se formaram na minha escola não terão ressentimento dos ricos, porque saberão que não são as coisas que determinam as pessoas.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Aos 30 com Mário e Sonic

Quem já jogou Super Mário ou Sonic sabe que, para ter um jogo tranquilo e conseguir concluir, o importante é você passar as fases sempre tendo vidinhas, moedas ou anéis, além dos poderes.
Na vida real, quando se chega aos 30 anos com vida extra, poderes e moedinhas essa é uma fase fantástica, cheia de possibilidades e você tem energia suficiente para enfrentar o Robotinic ou o Bowser.
No entanto, quando você chega aos 30 anos sem vida extra, poderes ou moedinhas, aí a coisa muda, o menor obstáculo se transforma num perigo mortal e você só enfrenta o inimigo maior por que já passou da metade do jogo e, como nos videogames mais antigos não existia a possibilidade de salvar o jogo, dá uma preguiça danada começar tudo de novo, na vida real esse recomeço não existe. Nessas condições, aos 30 anos, sem moedinhas, vida extra ou poderes, a concentração tem que ser redobrada, o menor erro é fatal e isso é muito desgastante, tornando a casa dos 30 mal assombrada e apontando para um futuro blues, como cantou a Elis.



sábado, 22 de janeiro de 2011

A fórmula da imbecilidade

A fórmula é bem simples, em posse dos meios de comunicação de massa e diante de um sistema de ensino falho, ridiculariza-se tudo aquilo que de uma forma ou outra pode fazer das pessoas seres humanos mais conscientes. Apaga-se do consciente coletivo toda a história e valoriza-se a imbecilidade, afinal uma legião de imbecis compra com mais facilidade qualquer coisa. É assim que é feito com a nossa arte, em especial a nossa música.
A música desenvolve o lado esquerdo do cérebro, estimula a cognição e, quanto melhor ela for, ou seja quanto mais elaborada, mais a audição é estimulada e às pessoas aprendem a diferença entre escutar e ouvir. Que lucro teriam as gravadoras, como seria possível empurrar porcariadas goela abaixo do povo e manter a política do pão e circo?
Mas, existem os focos de resistência que, graças à internet mantém a memória viva.
Farnésio Dutra, mais conhecido como Dick Farney foi um ícone da música nos anos 50, um timbre grave, uma afinação perfeita, estilo e elegância que foram esquecidos década a década até chegarmos no que temos hoje...





Aquilo que me fascina

Bebês, bonequinhos fantoches, o Chaves e o Chapolim me causam um sentimento que eu não sei explicar é uma espécia de encantamento mágico, uma alegria sublime, algo inclassificável. Eu gosto de todos os bebês, os que já nasceram e os que ainda estão na barriga das mães e acho que todos eles gostam de mim. Quando um bebê sorri para mim, meu dia está ganho.
Com os bonequinhos fantoches o sentimento é parecido, quando vejo um bonequinho fantoche dançando e cantando, muitas vezes eu me seguro para não chorar de emoção, isso quando não tenho crises de riso homéricas, principalmente com os personagens da Vila Sésamo.
Bem, Chaves e Capolim não são diferentes e ainda me remetem à infância.
Anti-ontem eu achei um vídeo fantástico do Topo Gigio com o Dr. Chapatim, não aguentei de tanta euforia e postei no facebook, mas encontrei outro melhor para colocar aqui, dois vídeos e o episódio completo (ou quase) ;)
Aos meus amigos mais jovens, que não conheceram o Topo Gigio, uma oportunidade e para os que conheceram, a chance de relembrar...





quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sobre a amizade...


O Marcelo postou no facebook o seguinte: "Não se pode ter muitos amigos, pois a amizade exige presença, envolvimento. Penso que as redes sociais nos propiciam ter mais conhecidos, nos ajudam com net working, mas tornam ainda mais distantes alguns daqueles amigos que tanto queremos ao nosso lado"
Mas, eu discordo bastante dele, quem tem um amigo a distância, feito na internet sabe o quão valorosas são as redes sociais e os comunicadores.
Eu tenho o Dâniel, meu mais antigo amigo virtual, nos falamos diariamente, trocamos segredo, discordamos, fazemos piada e nunca nos vimos. Tenho a Danielle, ela é minha prima, porque também é Marotti, mas é muito mais da minha família que as minhas primas de verdade com quem eu poucas vezes conversei, diferente do Dâniel, a Danielle já veio me ver. Esse final de semana eu devo conhecer pessoalmente a Elaine e em março, o Fernando.
Quem tem amigos virtuais também sabe que  quando se trata de sentimentos a distância é muito relativa e já sentiu muito mais próximo do que todos os outros aquele amigo do outro lado do teclado com quem você pode dividir todos os seus segredos e os seus sentimentos.
É óbvio que a vida virtual não substitui a vida real, não substitui um choppinho, uma tarde no parque, uma pizza. O ambiente virtual, pelo menos para mim é um lugar a mais para fazer e manter amigos.
Falando em amigos virutais, segue o treiller do que eu considero melhor animação que eu já vi: Mary e Max uma história diferente. O filme além de ser um escândalo de lindo, é extremamente profundo, ritimado, uma obra prima acerca da natureza humana e a prova de que doação, comprometimento, presença e envolvimento podem sim ser estabelecidos apesar da distância física


Príncipe é mais que rei

Um dia, eu chamei o Fernando de príncipe e ele replicou dizendo que era um rei, já que o facebook lhe havia concedido uma coroa. Então, fiquei pensando um jeito de explicar como que, para mim, príncipe é muito mais que rei.
O rei é velho, por mais justo e bondoso que seja, é sempre alienado e ultrapassado. O príncipe, ao contrário representa a renovação, ele é antenado, vigoroso, a expressão de tempos melhores. O príncipe enfrenta dragões, é destemido, corajoso em todos os sentidos.
Não adianta, ninguém há de me convencer que o príncipe é menos que o rei.
Aproveitando o ensejo, segue uma canção do príncipe do samba Roberto Silva (muito melhor que o rei Roberto Carlos) com o grupo Casuarina. Atentem para a letra, super atual apesar de ter sido composta e gravada no final dos anos 50.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

As coisas estão no mundo só que eu preciso aprender...

Quando eu lembro da faculdade, eu não lembro dos textos que li e dos conceitos que aprendi, talvez porque minha vida profissional tenha dado errado e eles nem me sejam muito úteis. Mas, eu lembro da farra da van, das piadinhas dos professores e, principalmente da música que o Rago, nosso professor de Sociologia Geral sempre cantava para explicar o materialismo histórico dialético: "As coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender..."

domingo, 16 de janeiro de 2011

É assim: eu não gosto de música sertaneja, nem a universitária do Luan Santana e nem a Ensino Médio do Chitãozinho e Xororó. Até aí, tem um monte de gente que também não gosta. Por outro lado eu gosto de música caipira. Não que seja meu gênero favorito, mas música caipira é a alma musical do meu estado, é um gênero importante e integrante da cultura brasileira.
Eu vejo que todos os estados do país se orgulham da sua velha guarda e, no país todo se fala da velha guarda do samba, do forró, mas, pouco se fala da velha guarda da música caipira exceto dois programas de televisão: Sr. Brasil e Viola Minha Viola, ambos na TV Cultura de São Paulo e, ambos apresentados por dois ícones da cultura popular nacional Rolando Boldrim e  Inezita Barroso.
Por isso, eu vou postar aqui um vídeo de uma dupla que eu muito gosto. As Galvão, Mary e Marilene, formam uma das duplas mais conhecidas, com cerca de 300 músicas gravadas, 54 anos de carreira e produzidas por um dos maiores maestros e produtores da música caipira, Mário Campanha. Eis a prova de que caipira é caipira e sertanejo é sertanejo.

sábado, 15 de janeiro de 2011


A música armorial

Aos meus amigos armoriais

Lista de afazeres do dia

( X ) Fazer uma ousadia

( X ) Furar as orelhas

(     ) Ver o vidrinho do meu celular.

(     ) Comprar uma calça jeans azul clara.

(     ) Comprar uma blusa com um decote mal educado.

(     ) Comprar uma bolsa decente.

(  X )  Atualizar o blog com um conteúdo muito do bacana para os meus amigos

Bem, para não terminar o meu dia de folga sem ter cumprido pelo menos  40% das tarefas previstas, vim pensando no caminho da farmácia para casa, com as orelhas vermelhas e um brinco feio, o que de bom eu poderia oferecer no meu blog. E, nesta reflexão, fazendo um balanço do dia e lembrando de como foi bom abrir o facebook e ter mensagens do Fernando, ocorreu-me: MOVIMENTO ARMORIAL.
Eu tenho alguns bons amigos pernambucanos, a Nice, a Carol, o Fernando e o Beto todos eles armoriais.
Até antes dos anos 70, quando Ariano Suassuna (aquele do Auto da Compadecida) reuniu toda essa arte num movimento, a palavra armorial era só um substantivo cujo significado está ligado ao esmalte da heráldica (a arte de formar e descrever o brasão de armas, que é um conjunto de peças, figuras e ornatos dispostos no campo de um escudo e/ou fora dele, e que representam as armas de uma nação, país, estado, cidade, de um soberano, de uma família, de um indivíduo, de uma corporação ou associação.) Foi Suassuna quem transformou o termo num adjetivo, por achar a palavra bonita (concordo) e nas palavras do próprio "porque é ligado aos esmaltes da Heráldica, limpos, nítidos, pintados sobre metal ou, por outro lado, esculpidos em pedra, com animais fabulosos, cercados por folhagens, sóis, luas e estrelas. Foi aí que, meio sério meio brincando comecei a dizer que tal poema ou tal estandarte da Cavalhada era ‘armorial', isto é, brilhava em esmaltes puros, festivos, nítidos, metálicos e coloridos, como uma bandeira, um brasão ou um toque de clarim. Lembrei-me, aí, também das pedras armoriais, dos portões e frontadas do Barroco brasileiro, e passei a estender o nome à Escultura com a qual sonhava para o Nordeste. Descobri ainda para qualificar os ‘cantares' do Romanceiro, os toques de viola e rabeca dos cantadores - toques ásperos, arcaicos, acerados como gumes de faca-de-ponta, lembrando o clavicórdio e a viola de arco de nossa Música barroca de século XVIII."
Em recente entrevista, Suassuna acrescentou "(...) a arte armorial é uma recriação, é busca de suas origens de sua pureza original embora transcenda essas mesmas origens. Seja na tapeçaria, na escultura, na pintura, no teatro, na literatura, na música, em quaisquer de suas manifestações a arte armorial está embebida de um espírito dionisíaco, do gosto da festa, de comunhão..."
Nesse sentido, os meus amigos pernambucanos são para lá de armoriais
Não cabe aqui discutir a estética nem a ética do movimento armorial, por isso, não vou me aprofundar no assunto, só vou deixar um vídeo para que os visitantes sintam a magia do armorial e também para responder à pergunta da Jéssica sobre o que eu considero música boa.

P.S.: Não estou conseguindo inserir o vídeo, então, ele fica para a próxima postagem ;)

Fontes:

GUERRA FILHO, Willis Santiago. O movimento Armorial de Ariano Suassua. Disponível em: http://www.apropucsp.org.br/apropuc/index.php/revista-cultura-critica/41-edicao-no08/546-o-movimento-armorial-de-ariano-suassuna. Acesso em 15 jan. 2011

SUASSUNA, Ariano. Almanaque Armorial. Seleção, organização e prefácio Carlos Newton Júnior, Rio de Janeiro: José Olympio, 2008.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Não querendo ser otimista nem pessimista, encarando as coisas tão somente como elas são, para cada 4 "felas" que você encontrar no dia, vai existir uma pessoa muito da legal que vai fazer valer. Olha a prova aí embaixo.

Isso é que é aprender com o erro dos outros.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Já ouviu Rita Ribeiro?

A cantora maranhense nem é tão desconhecida assim, até que toca bastante naquelas rádios que tocam MPB, já cantou trilha de novela, mas o melhor está lá escondidinho no disco (eu vou morrer falando disco).
O show dela é um escândalo, principalmente quando ela homenageia a cabocla Jurema, é de arrepiar até quem é ateu.
Eu, particularmente, gosto de artistas com postura e Rita é uma delas, defende sua crença e, mais que isso, a cultura afro de uma forma bastante legítima, enquanto muitos preferem omitir ou negar por medo do preconceito. Infelizmente, não toca no rádio...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Danitos, lamento informar, mas o texto que você pediu não vai sair, não por que me faltam argumentos ou conhecimento técnico sobre a história da África, mas porque eu acho perda de tempor rebater argumentos estúpidos de quem desconhece o valor das ciências humanas e do humano.
Além disso, eu pensei em fazer do meu blog um espaço de compartilhamento do que eu acho mais bacana com os meus amigos.
Então, meu caro quindim diante de algum absurdo do tipo: as culturas africanas são inferiores, daí a justificativa das várias colonizações, faça como Chico César, dance ao som de Salif Keita.



Salif Keita, a voz dourada da África é uma das figuras mais interessantes que eu já vi. É um cantor de Mali, descendente do fundador do Império Mali, Sundiata Keita.
Salif é Albino e, pelo fato disso ser considerado um sinal de azar na cultura Mandinka, ele deixou Djoliba para viver em Bamako, fundar sua banda e exercer a função de cantor, coisa que por sua descendência nobre não seria possível (ainda bem que ele é albino).
Sua banda Les Ambassadeurs Internationales fez bastante sucesso na década de 70.

Mais uma sobre a África

Ainda sobre a África e com a frase de Braudel "Não se trata aqui de condenar, muito menos elogiar a colonização européia da África, mas simplesmente de assinalar que essa colonização comporta, como quase todos os fenômenos que decorrem dos choques de civilizações, um ativo e um passivo culturais." (BRAUDEL, Fernand. Gramática das Civilizações. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 140)
Marisa Monte, Carlinhos Brown e Bonga - Mulemba Xangola

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sobre a África...

Ontem em conversa com o meu querido Dâniel, ele me propôs um desafio: um texto inteligente sobre a África, pois sabe que sou uma apaixonada pela mitologia africana. Desde então eu estou pesquisando com muita disciplina para compor um texto bem interessante, consistente e que não dê margem para argumentos racistas (pasmem, eles ainda existem). Enquanto o texto não sai, fica um som, porque a música é sempre a melhor resposta.
A escolha da vez é um dueto entre Mariza e Tito Paris. Ela moçambicana, branca (se é que isso faz diferença), filha de pai português e mãe africana, radicada em Portugal desde os 3 anos de idade. Ele um caboverdeano, também radicado em Lisboa que se dedica à divulgar a música e a sonoridade de sua terra. Já ouviu?



Calma que tem mais... como eu sei que os meus amigos gostaram bastante, segue mais um dueto com Tito Paris em português crioulo, só não consegui descobrir quem é o "outro cantor". Quando eu descobrir, eu posto

sábado, 8 de janeiro de 2011

Já ouviu Marta Gómez?

Não? Ela não se veste com carne crua, não provoca escândalos públicos com drogas e nem faz de sua vida pessoal um circo dos horrores que distrai a atenção de sua falta de talento, até por que talento ela tem de sobra. Marta é uma cantora e compositora colombiana graduada na Berklee College, em 2005 ganhou o prêmio Billboard na categoria Jazz Latino e ganhou destaque na imprensa internacional como uma das colombianas mais influentes do ano.
Segundo a biografia da cantora disponível no site oficial (www.martagomez.com) ela se alimenta do cotidiano e dessa nostalgia surgem as canções com profundo conteúdo social e humano.



P.S.: Por que não conhecemos a nossa "vizinha" e idolatramos Ammy Winehouse?


P.S²: Mais uma...


A minha geração...

A minha geração tinha tudo para ser a mais brilhante de todos os tempos. Nascemos ao final do milagre econômico da ditadura militar, num mundo dividido entre capitalismo e comunismo com um muro bem no meio da Alemanha. Conhecemos a TV em branco e preto, o disco de vinil, a fita cassete e o wlakman.
Vimos um presidente ser eleito de um jeito meio torto, morrer antes de assumir e o país ir parar no colo do Sarney tudo isso ao som de Coração de estudante do Milton Nascimento.



Minha geração viu um presidente esportista ser eleito, os mercados serem abertos, chegarem carros russos, vídeos cassetes, televisores de controle remoto e o CD substituir o vinil.
Os mais crescidinhos da minha geração pintaram a cara, muito inflamada pela mídia, pintou o rosto, saiu às ruas e acreditou que depôs o presidente esportista e lá se tinha o impeachemant.
As pessoas da minha geração brincaram com ATARI, ganharam máquina de escrever portátil e presenciaram entusiasmadas a popularização dos computadores com internet discada.
Enfim, a minha geração viu em um curto período de tempo avanços tecnológicos sem precedentes, das fitas cassetes com as músicas gravadas das rádios ao mp3 baixado da net, da internet discada à conexão wi-fi, da fita cassete ao blue ray, da T.V. de controle remoto à de plasma. Tudo isso a minha geração presenciou e eu não me canso de perguntar: Por que não existe nenhum gênio das artes?
Na geração do meu avô, por exemplo, muitos grandes nomes da música, da literatura e da pintura já haviam se estabelecido e sido reconhecidos entre os vinte e tantos e os trinta e todos.
Será que a gente vai deixar como legado para os próximos apenas botão para apertar e coisas para comprar?
Juro que não quero crer no fim da história, não quero crer que a humanidade já alcançou o grau máximo da evolução de sua subjetividade, por que, se assim for, estamos fritos!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Um dia da Karla e do Leitor...

Hoje é o aniversário da Karla, obviamente é o dia dela não só porque é a aniversariante, mas porque é uma leitora. Por ser dia do leitor, também é o meu dia, do Fernando, da Carolis, do Rafo, do Rodolfo, da Moniquetes, do Varlei, da Roberta, da Paty, da Elaine, da Débora, da Marília, do Fábio, do Beto... Enfim de todos os leitores.
O Paulo Freire conterrâneo de Fernando (todo mundo do Pernambuco que eu conheço é inteligente - taí um preconceito bom) dizia que a leitura do mundo precede a leitura da palavra. Mas, em sua obra ele acaba mostrando que a leitura da palavra melhora a leitura do mundo.
Ler é um hábito, mas muita gente não cultiva, porque mais do que a habilidade de decifrar códigos, o exercício da leitura desenvolve uma série de habilidades altamente humanas como paciência, reflexão, concentração, imaginação, criatividade e, não é de se estranhar que com o ritmo de hoje poucas sejam as pessoas que estejam dispostas a se aventurar em si mesmas.
Foi minha tia quem me ensinou a ler, quer dizer, eu já sabia decifrar os códigos, mas eu tive um insight quando minha tia me deu "O Menino Maluquinho" e foi me perguntando o que queria dizer ter "fogo no rabo", "olho na barriga" e "macaquinhos no sótão". Desse dia em diante, eu me dei conta de que cada palavra é um conceito e que cada livro produz uma reflexão e que a cada reflexão a gente se torna mais pessoa, consegue lidar melhor com a realidade, compreender problemas e criar soluções.
Ontem eu ouvi de um cidadão que ler é perda de tempo. Certamente, por não gostar de ler, ele desconhece que a linguagem é a mais avançada capacidade humana. Sem linguagem não haveria cultura, não haveria ciência nem tecnologia.
Bem, num mundo de tanta tecnologia e mediocridade, numa sociedade onde o bonito é levar vantagem e a "desinteligência" da audiência na T.V. e cadeira na Câmara dos Deputados. Nós leitores convictos e inveterados merecemos os parabéns, porque somos sobreviventes.

P.S.: Leitura de qualidade promove um pensamento de qualidade, leitura medíocre produz um sentimento medíocre.

Mirandês

Minha mãe chamou para almoçar, eu fui, passei pela sala e vi o Roberto Leal no programa da Claudete Troiano. Mais tosco impossível, não fosse o fato do cantor estar promovendo o idioma mirandês.
Até então eu desconhecia a existência dessa língua tão bonita. Como eu sou muito curiosa, tenho gosto pelo raro e acesso à Internet, comecei uma pesquisa sobre a língua e descobri várias coisas interessantes, inclusive um documentário feito pelo Histoty Chanel de Portugal.
Algumas considerações sobre o mirandês:
1. Foi oficialmente reconhecida como segunda língua de Portugal
2. É falada por menos de 15 mil pessoas, mas a partir deste ano de 2011 começa a ser ensinada nas escolas de ensino fundamental.
3. Tem três subdialetos e seus falantes são bilingues ou trilingues.
Olha que graça essa canção tradicional mirandesa

Da amizade à criatividade passando pela maternidade

A minha amiga Ana Carolina fez um blog hoje, o dela entrou no ar um pouco antes do meu. Soube do blog dela pelo twitter, enquanto estava criando o meu.
Carolis e eu somos amigas há 18 anos e isso é uma vida. Se nossa amizade fosse uma pessoa, esse ano já poderia casar, dirigir, beber, ir ao motel e ser presa.
Uma amizade desse tamanho e dessa idade é muita coisa, ainda mais quando já se viveu tanta coisa juntas. A Carolis é mãe, eu não sou, mas eu convivo com mães e acabo tendo as preocupações maternas por tabela, porque quando se tem preocupação com o mundo, todas as crianças te interessam.
Eu vejo que as minhas amigas mães têm muitas preocupações, com a comida, o cocô, com a educação e às vezes acaba faltando idéia para as coisas legais.
Sei que agora, começo de ano está todo mundo meio apertado de grana, as dívidas do Natal, as dívidas do governo, despesas com a escola e a molecada de férias. Então, eu pensei numa coisa:
No último dia do ano passado eu estive com o meu amigo Rafo, a quem eu tenho como um filhinho grande no Parque Antonio Fláquer também conhecido como Jardim e Ipiranguinha que para mim é o lugar mais legal de Santo André.
Gente, sem brincadeira, eu passei uma tarde agradabilíssima de silêncio, ar fresco, sombra de árvores centenárias e uma deliciosa conversa sem gastar um único real.
Enquanto eu conversava com o Rafo vi os brinquedos das crianças quase vazio, é certo que nesta época do ano, muitas pessoas já tinham viajado, mas geralmente o parque não é muito cheio, mesmo quando o shopping está abarrotado de crianças se atirando no chão sob luzes artificiais, chorando por coisas que os pais não podem comprar e comendo besteira.
De repente, fica a dica, leve mais o seu pequeno ao parque, é um lugar democrático, ele se diverte bastante, aprende um monte de coisas importantes para ele, você gasta pouco e se diverte junto.
P.S.: Ah, se o seu pequeno já é maior, que tal comprar uma revista de um assunto que ele goste e ler à sombra das árvores com ele? Ou ainda dividir um som com ele no mp3? Ou conversar como gente grande tomando coca-cola e vendo o movimento? Conte um segredo para ele, ouça os dele com atenção...

Missão Blog

O meu objetivo era ter lançado esse blog no último dia de 2010, mas não deu. Antes de lançar um blog eu pensei: poucas pessoas irão ler o meu blog, minha vida virtual não é muito agitada e os meus amigos têm mais o que fazer do que ler as minhas patacoadas, mas mesmo assim eu vou criar um blog!
Não tem importância se a moda do momento são os vlogs, eles até rendem uma boa grana se você cair no gosto da galera, ainda assim, eu vou fazer um blog.
Não sei quantas postagens por semana eu farei, nem o que eu vou escerver, mas ainda assim, eu vou fazer um blog.
A minha promessa de 2010 foi aprender a mexer no twitter e eu atingi, para 2011 não prometo nada além de fazer e alimentar um blog.