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sábado, 8 de janeiro de 2011

A minha geração...

A minha geração tinha tudo para ser a mais brilhante de todos os tempos. Nascemos ao final do milagre econômico da ditadura militar, num mundo dividido entre capitalismo e comunismo com um muro bem no meio da Alemanha. Conhecemos a TV em branco e preto, o disco de vinil, a fita cassete e o wlakman.
Vimos um presidente ser eleito de um jeito meio torto, morrer antes de assumir e o país ir parar no colo do Sarney tudo isso ao som de Coração de estudante do Milton Nascimento.



Minha geração viu um presidente esportista ser eleito, os mercados serem abertos, chegarem carros russos, vídeos cassetes, televisores de controle remoto e o CD substituir o vinil.
Os mais crescidinhos da minha geração pintaram a cara, muito inflamada pela mídia, pintou o rosto, saiu às ruas e acreditou que depôs o presidente esportista e lá se tinha o impeachemant.
As pessoas da minha geração brincaram com ATARI, ganharam máquina de escrever portátil e presenciaram entusiasmadas a popularização dos computadores com internet discada.
Enfim, a minha geração viu em um curto período de tempo avanços tecnológicos sem precedentes, das fitas cassetes com as músicas gravadas das rádios ao mp3 baixado da net, da internet discada à conexão wi-fi, da fita cassete ao blue ray, da T.V. de controle remoto à de plasma. Tudo isso a minha geração presenciou e eu não me canso de perguntar: Por que não existe nenhum gênio das artes?
Na geração do meu avô, por exemplo, muitos grandes nomes da música, da literatura e da pintura já haviam se estabelecido e sido reconhecidos entre os vinte e tantos e os trinta e todos.
Será que a gente vai deixar como legado para os próximos apenas botão para apertar e coisas para comprar?
Juro que não quero crer no fim da história, não quero crer que a humanidade já alcançou o grau máximo da evolução de sua subjetividade, por que, se assim for, estamos fritos!

3 comentários:

  1. Provavelmente não existe gênio das artes pois a tecnologia dominou o mundo e essa, quem sabe (talvez eu esteja errado) incentive usar mais o lado esquerdo do cérebro que o direito... e talvez o futuro seja ainda mais escasso de arte e mais tecnológico.

    Claro, a arte pode se aliar a tecnologia, mas estamos falando de gênios né ;) Artistas gênios não existem mais...

    Também, é raro ué... em 2000 anos, só existiu um Bach ;)

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  2. Então, o futuro é esse: Nossa geração só programa e aperta botão? Os nomes do pensamento contemporâneo são aqueles rapazolas que ficam em frente a uma webcan falando um monte de porcaria?
    É assim mesmo? Acabou tudo?
    Viva a eleição do Tiririca e a audiência do Pânico na TV

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  3. é que a nossa geração tornou-se conhecedora de tudo, mas especialista em nada...
    sabe muito de nada, ou sabe nada de muito, uma coisa meio tostines. Uma geração tostines, eu diria...

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