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terça-feira, 29 de março de 2011

O dom da crença


Assim como a fé é inexplicável aos que a possuem, a descrença também é. Não raro, as pessoas substituem Deus pela ciência e se apegam a ela com unhas e dentes, como se fosse uma verdade inconteste, nesse caso, não é uma descrença é apenas uma troca de paradigma. A descrença legítima é gêmea siamesa do ceticismo
Muitas das pessoas que não crêem, seja em Deus ou na onipotência da ciência, se pudessem creriam. Jorge Amado, célebre ateu, várias vezes declarou seu desejo de acreditar, mas ele não acreditava. Respeitava, admirava, cultuava e concebia a importância social do candomblé, mas não acreditava e era cético
Acreditar é um dom que se tem ou não, não é uma habilidade desenvolvida nem uma prova de ignorância ou superioridade. Acreditar é estar certo do improvável, explicar o impossível e ter uma certeza confortável diante das adversidades e das alegrias.
Não é agradável não crer, não é agradável duvidar, não é agradável ver o mundo, as pessoas e sua própria vida de cima do muro. Mas, eu vos asseguro: de cima do muro se vê o todo e se vê mais longe!

segunda-feira, 28 de março de 2011

domingo, 27 de março de 2011

O abate

Quando os animais são levados para o abate, eles são tratados com muita tranquilidade do transporte até o corte, uma vez que se assim não for, o animal libera algumas substâncias que endurecem a carne e a tornam inviável para o consumo, perdendo o seu valor comercial.
Entretanto, ao ser tratado com tranquilidade, o animal tende a se afeiçoar ao tratador e o ato do abate, objetivo final da criação, torna-se um peso para ambos.
Por outro lado, estando o animal consciente do abate e mantendo-se ele mesmo calmo para os momentos vindouros, consegue apreciar com muito mais objetividade aquilo ao qual será submetido e ainda deliciar-se com isso.

Segredo é para quatro paredes

Há um provérbio árabe que diz mais ou menos assim: " se não és capaz de guardar teu próprio segredo, como esperas que eu seja?"
Segredos em si não pesam, são sacos vazios, o que pesam são seus conteúdos. Uma surpresa, por exemplo, o fardo está na ansiedade em esconder da pessoa algo que a fará muito feliz. Por isso, não raro, quem faz uma surpresa diz para o surpreendido "Tenho uma surpresa para você, mas não vou falar o que é" Fazendo isso, a impressão que se tem é que o fardo dica dividido, provoca-se a ansiedade no outro para diminuir a sua.
O mesmo acontece com as traições, quem trai não aguenta o peso da culpa e logo trata de dividí-la, por vezes, com a pessoa traída. Mas, acontece que culpa não se divide, então, ao confessar uma traição, o máximo que se consegue é provocar a dor do outro e em vez de diminuir o peso do fardo, este ganha alguns quilos. 
Gloria Estefan e José Feliciano provam o que eu disse...


terça-feira, 22 de março de 2011

Deficiência Social!


Eu acabo de ver uma figura bem legal compartilhada pela Mônica eu acho sobre a importância de não estacionar nas vagas reservadas aos deficientes físicos, coisa que qualquer pessoa minimamente civilizada sabe que não se deve fazer.
Pois bem, nesta discussão muitas pessoas sugeriram que quem estaciona nessas vagas é um deficiente mental. Coisa que não procede, quem para nessas vagas são deficientes sociais. Deficientes intelectuais, que há alguns anos eram chamados de deficientes mentais são pessoas que sabem viver em sociedade, embora sua lógica não raro seja bastante diversa do comum, limitando-lhes em muitos aspectos como qualquer outra deficiência.
Hoje é o dia internacional da Síndrome de Down, data proposta em alusão à trissomia do cromossomo 21, distúrbio genético responsável pela Síndrome. Como comorbidade, os portadores de Síndrome de Down possuem certa limitação intelectual, podendo ser classificados como deficientes intelectuais.
Durante minha trajetória de professora tive a oportunidade de conviver com crianças e adolescentes portadores da Síndrome, a Raquel, a Débora, o Felipe e a Camila. Todos eles eram tão amorosos, educados e possuíam tantas, tantas qualidades e virtudes que acredito que seriam incapazes de estacionar numa vaga para deficientes físicos, pois apesar de deficientes intelectuais, não são deficientes sociais.
Vivemos num mundo cada vez mais integrado e plural, por outro lado, o nosso grande desafio é compreender o diferente, a gostar dele não porque é diferente, mas porque é uma pessoa legal independente de qualquer coisa.

sábado, 19 de março de 2011

Eu odeio MPB!


É uma musiqueta mixuruca que toca no rádio e na novela, que não é boa nem é ruim, ou melhor, que tem uma roupinha boa, mas uma essência ruim. Geralmente é feita por grandes nomes da música brasileira, mas também pode ser feita por revelações que não cantam lá muito bem, mas também não cantam mal. É uma musiqueta morna, repetida, sem grandes emoções nem para o bem nem para o mal. É uma musiqueta tanga-frouxa, sem coragem de ser ruim e nem audácia de ser boa.
Eu odeio MPB! Eu gosto é de MÚSICA BRASILEIRA boa ou ruim, mas a música com coragem de ter uma cara própria, a cara mais linda do mundo.
E por falar nisso, você conhece Celso Viáfora? Ele é paulista, começou seus estudos musicais aqui na Fundação das Artes em São Caetano, tem uma porção de músicas gravadas, recentemente cantou com Ivan Lins e é um cara que faz uma música brasileira bem boa, viu?

A esperança

Os animais vivem, sobrevivem, lutam instintivamente pelas suas vidas, já os seres humanos esperam. Os seres humanos esperam um futuro melhor, por melhor que seja o presente, esperam sonhos se realizar, esperam coisas boas acontecer, esperam o que está ruim mudar, o que está bom continuar. Seres humanos esperam antes de realizar e a esperança é uma qualidade tão humana que mesmo sendo a última que morre, ela morre.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Alguém me explica?

Onde eu trabalho tem uma sala bem grande, com duas televisões, uma em cada  parede, alguns sofás, poltronas, cadeiras banquinhos e pufs. Um espaço bastante aconchegante onde os operários descansam alguns minutinhos, onde se faz amigos e onde uma amiga conheceu um ucraniano com o qual namora há quase 2 anos a distância.
Mas, o mais curioso de tudo é quando tem futebol, aí aquela sempre tão democrática sala vira uma bagunça. Gealmente é assim: os rapazes simplesmente tomam uma das televisões e se amontoam nos sofás, banquinhos, poltronas, pufs e cadeiras na maior empolgação do mundo isso independentemente de quem esteja jogando. Às moças cabe então o outro lado da sala e, se alguma desavisada (tipo eu) senta no espaço que os rapazes consideram deles durante o futebol, é hostilizada com rigor e tacitude (ah, escrevi bonito agora).
Sabe, um dia eu queria sentir o que os homens sentem pelo futebol, é uma paixão tão contagiante! Ver aquele bando de marmanjo amontoadinho, concentrado e com os olhos brilhantes é muito engraçado. E quando sai um gol? A alegria ou o sofrimento são sentidos quase que fisicamente.
Eu fico pensando se existe um correspondente para o futebol no universo feminino, talvez uma escova bem feita, unhas impecáveis, liquidação daquilo que você não sabia que precisava tanto, mas juro, não consigo encontrar nada que se assemelhe à alegria do futebol para os homens.

P.S.: É certo que muitas mulheres gostam de futebol, assistem aos jogos, torcem, mas a paixão dos homens é algo único e incomparável. 

O vídeo é velho, mas é muito legal! 

quarta-feira, 16 de março de 2011

A parte de não dominar uma arte...


Modéstia a parte, eu sei muitas coisas, a maioria das coisas que eu sei são absolutamente inúteis como o nome de todos os filhos da Baby do Brasil (ex-Consuelo), a capital da Nicaragua (que é Manágua) ou o que é um palíndromo e tantas milhares de coisas sem a menor utilidade, mas quando bem aplicadas dão a impressão de que eu sou bastante erudita.
Por outro lado, eu não sei fazer como coisas simples como quebrar um ovo, andar de bicicleta ou paquerar. Até agora, não saber quebrar um ovo ou andar de bicicleta não me fez muita falta, porém, não saber paquerar é um problema.
Sabe-se lá porque, eu entendo perfeitamente conceitos filosóficos bem difíceis, mas não sou capaz de decifrar uma indireta de um moço interessado e me imbecilizo de vergonha diante de uma direta. Enfim, um desastre absoluto que coloca qualquer cidadão minimamente são para correr.
Entretanto, como nada está perdido, eu tenho muitos bons amigos, amigos irmãos que me dão uma ajuda e tanto, quando conversam comigo, os meus amigos fazem parecer que os homens são as criaturas mais simples possíveis e às vezes eu até acredito, mas uma coisa que eu percebi sozinha, sem a ajuda dos meus docinhos foi que não importa o quão hábil você seja na arte da conquista, homem com o coração ocupado e não-correspondido, é impenetrável...

sábado, 12 de março de 2011

Por Gentileza!


                Ontem o Ivan estava comentando que ele fez um teste. Todos os dias, ele passava de carro em frente a um ponto de ônibus e dava bom dia a um senhor que nunca respondia. Até que um dia ele resolveu mandar o senhor tomar naquele lugar e de pronto o senhor devolveu o insulto na mesma medida.
                É claro que o mundo de hoje é muito mais corrido e impessoal que o mundo da juventude do meu nonno, mas até que ponto essa impessoalidade deixa as pessoas tão preparadas para o insulto e tão cegas para as coisas gentis?
                Ser gentil é, em minha opinião, a capacidade humana mais elevada. Mãe de todos os bons sentimentos e das boas ações, a gentileza é a forma mais elementar de solidariedade, penso que foi graças à gentileza que os primeiros humanos sobreviveram a um ambiente hostil e graças a ela que continuamos sobrevivendo.
                A principal característica da gentileza é o desinteresse, se é gentil por gosto pessoal, crença ou convicção, nunca esperando nada em troca, porque principalmente nesse mundo imediatista, atribulado e desmedidamente ambicioso, muita gente não sabe receber uma gentileza, tampouco passá-la adiante.
                Ser gentil é muito fácil, é só levar a cabo as regras elementares de civilidade e está feito, porém, receber uma gentileza exige um pouco mais de tato. Às vezes se espera tanto da vida, os problemas são tão grandes e assustadores que impedem de ver os pequenos atos de pessoas que você conhece ou não que por serem desinteressados e terem a intenção de aliviar o seu dia são extremamente valiosos.          
                Pode reparar, por pior que seja o seu dia, por piores que sejam as pessoas com as quais você cruza, sempre tem alguém fazendo uma pequena coisa como te dar passagem, oferecendo para te ajudar com as sacolas, dando um bom dia sincero, pedindo desculpas por ter te esbarrado. Para que o seu dia seja melhor, depende do valor que você confere a essas boas ações. Quando se acredita nelas, tende a reproduzi-las numa enorme cadeia, justificando aquilo que o poeta gentileza disse: “Gentileza gera gentileza.”  
                E, por em gentileza. Tem um programa no Multishow chamado De cara limpa, o apresentador, Fernando Caruso, procura uns lugares inusitados para contar piada e fazer um humor respeitoso.  Olha que interessante que ele fez no metrô de SP.