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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A van

Pode parecer meio clichê, mas pertencer a um ou outro grupo social, as ditas tribos, rotula as pessoas e você acaba não podendo exercer tudo o que você é capaz. Entretanto, todos temos uma essência, quer gostemos ou não. Podemos desenvolver habilidades, comportamentos, talentos que disfarcem e sufoquem, mas a nossa essência está lá.
A minha essência é nerd, admiro os modernos, admiro os decididos, já tentei ser como eles e em algumas coisas eu até sou, mas no fundo, eu sou nerd, sempre fui.
Os nerds que me lêem agora, hão de concordar comigo: não se escolhe ser nerd! Mutas vezes você renega a sua essência, mas quando se tem consciência do que se é,  você passa a se orgulhar.
No senso comum o nerd é o camarada que vive para estudar e que não tem talento com as pessoas, mas na realidade, o Nerd é o cara que tem obsessão pelo certo. Nerd não quebra regras, pode até discutí-las, propor mudanças, mas não as transgride.
Quando criança nós nerds obedecemos aos nossos pais com o mesmo rigor que obedecemos as leis quando adultos.
Para não nerds, esse nosso instinto de ser correto parece um porre e como somos honestos com os outros e conoscos mesmos, dizem que não sabemos nos relacionar com as pessoas, quando na verdade, são as pessoas que não sabem se relacionar conosco.
Mas, deixando esse breve apanhado sobre a cultura nerd para outro momento, o que eu quero mesmo é falar da van!
Depois do ônibus do tio Wanderley, do micro -ônibus do tio Marcos, num momento mais avançado da minha vida acadêmica, na Universidade, veio a van.
Na qualidade de boa nerd, eu nunca  matei aula, nunca fui para o bar na hora da aula, de modo que o mais empolgante da minha vida universitária era a van.
Na van estavam as criaturas mais singulares fosse no volante com Bob assim apelidado porque ele gostava de bobiça ou o Sr. Cyro ou ainda os passageiros: Paulo, Lucélia, Gláucia, Ana Paula, Sr. Wilson, a Priscila, a Karina, a Júnia, a Juliana prima da Carolis, a Juliana da Reitter, a Andrea, a Carolis, eu e alguns outros doidos que não se integraram á egrégora da van e foram passageiros.
A van era uma espécie de boteco sem bebida e só com gente legal e dos mais diferentes cursos. De vez em quando rolavam uns desentendimentos, uns estranhamentos, como no dia em que o Paulo pisou de propósito no pé de uma menina muito, muito chata.
Eu me diverti tanto na van, tenho tantas  histórias que só elas dariam um livro. Mas, o mais importante da van era que nela estava o verdadeiro sentido da universidade.

P.S.: A van também era um espaço de culto ao brega...


2 comentários:

  1. Não apenas ao culto do brega, mas ao melhor do brega.
    O papo sobre os nerds deveria ter um post especial, gostei...

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  2. Anna Carol Nogueiradomingo, fevereiro 27, 2011

    Eu já vivi momento VAN. E isso foi na TIM. Aconteciam os mesmos babados que comparados com alguns que acontecem hoje à minha volta, eram de uma tamanha leveza e relevância...
    Quanto aos nerds, eu tenho crise de identidade. Não sei à qual tribo pertenço.
    Se considerar pelo lado que nunca matei aula e não quebrava regras na época do colégio, ficava irritada na faculdade quando as pessoas n queriam assistir aula, só tirava notas boas... mas em época de facul, deixei de ir pra aula simplesmente pq eu queria ver um certo programa de TV... quebrei a regra... o que me tira do rótulo de nerd...
    E agora? O que sou? Não sei.
    Só sei que já andei de van.

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